OS FLEET-TYPE UM GRANDE SALTO TECNOLÓGICO
Segundo narrativa na obra "NOSSOS SUBMARINOS - sinópse histórica", de autoria do dedicado submarinista e caro amigo MARCO POLO A. C. de SOUZA, foi aos 6 de abril de 1956 que o Congresso Norte-Americano sancionou a Lei 484, autorizando a cessão de dois submarinos ao Governo Brasileiro. Foram eles o USS Muskalungee (SS262) e o USS Paddle (SS263), contemporâneos da Segunda guerra Mundial, quando participaram da Campanha do Pacífico, e que vieram a ser, respectivamente, o Humaitá (S14) e o Riachuelo (S15). Esses submarinos trouxeram significativas mudanças táticas à guerra submarina no Brasil. Eram submarinos de grande raio de ação (oceânicos), dotados de equipamentos de detecção sonar, de armamento e de comunicações mais avançadas do que os submarinos que possuíramos até então. Foram construídos pelos estaleiros da Electric Boat Company, de Grotton, Connecticut, USA.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS | |
comprimento | 312 pés (95 m) |
boca | 27 pés (8,3 m) |
calado | 17 pés (5,2 m) |
deslocamento | 1800/2400 tons |
velocidade máxima (superfície/imersão) | 20/10 nós |
raio de ação (superfície) | 12000 milhas |
máxima profundidade de operação | 400 pés |
tripulação | 70 homens |
O arranjo da propulsão era do tipo diesel/elétrica. Possuíam dois eixos (2 hélices x 4 pás), 4 motores de combustão principais (MCP), fabricante GM, 16 cilindros em V, 1600 BHP cada um; 4 geradores principais (GEP) da Allis Chalmers Mfg. Co. (1100 Kw), 4 motores elétricos principais (MEP) do mesmo fabricante, 2700 HP, um motor diesel auxiliar e um gerador auxiliar de 300 KW. As baterias eram do tipo VLA 47B Exide Ironclad, com seus 252 elementos dispostos em quantidades iguais em dois compartimentos denominados PRAÇA DE BATERIAS AVANTE e PRAÇA DE BATERIAS A RÉ. A capacidade dos tanques de óleo combustível (TN) (nafta) era de 205.894 litros e a capacidade total usando os tanques combinados de lastro e nafta (TLN) para armazenar nafta alcançava a extraordinário cifra de 440.930 litros.
O armamento consistia de 10 tubos de torpedos (tubos de 21 pol x 20 pés de comprimento), distribuídos 6 à vante e 4 à ré; um canhão de 5 polegadas, de duplo emprego (foi removido); 2 canhões AA de 40 mm (removidos) e 4 metralhadoras .50. Para o cálculo do problema de tiro torpédico, dispunha de eficiente computador analógico eletro-mecânico, conhecido como TDC (Torpedo Data Computer), o qual, auxiliado por ábacos, regras empíricas e análise mentais, para uso em caso de falhas elétricas, permitiam determinar com razoável precisão o rumo que o torpedo deveria seguir para atingir o alvo.
O Departamento de Operações tinha como principais equipamentos O sonar passivo JP1, o sonar WCA, um telefone submarino (UQC) e 2 telefones submarinos de emergência (BQC); um radar SJA, 2 transmissores rádio sendo um TBL6 e um TED, que em conjunto com o RED configurava um transceptor; e mais ainda os receptores AN/URR13., RAL7, RAL5, RBS1, RBH2 e um RBO, em diferentes faixas de freqüências e para diferentes finalidades.
O submarino era dividido internamente em oito compartimentos estanques: Compartimento de Torpedos AV, compartimento de Baterias AV, compartimento de Manobra, compartimento de Baterias AR, compartimento de Máquinas AV, compartimento de Máquinas AR, compartimento dos Motores Elétricos |principais (de MEPs) e o compartimento de Torpedos AR, além da Torreta, de onde eram operados os periscópios e controlada a navegação e ordenada a imersão do submarino. Os fleet-type possuíam 139 cavernas e os seguintes tanques principais: 4 Tanques de Lastro (TL), 3 Tanques de Lastro e Nafta (TLN), 1 Tanque de Rápida Imersão (TRI), 1 Tanque de Emersão (TE), 1 Tanque de Levantamento de Proa (TLP), 1 Tanque de Compensação (TC), 1 Tanque de Trimagem AV (TRIM AV) e 1 Tanque de Trimagem AR (TRIM AR), que cumpriam diferentes finalidades.