O SUBMARINO HUMAITÁ (fleet-type)

Foi o segundo submarino e o quarto navio da nossa Marinha a receber este nome. Teve sua quilha batida  aos 7 de abril de 1942 e foi lançado ao mar aos 13 de dezembro daquele mesmo ano, com o nome de Muskallunge (SS262). Incorporado à marinha americana aos 15 de março de 1943, partiu, após o shake-down, para operações de guerra no Pacífico, nas quais tomou parte até o término da Segunda Grande Guerra. Foi desincorporado em maio de 1946, tendo sido reincorporado aos 31 de agosto de 1956.

Aos 18 dias de janeiro de 1957, por motivo de cessão ao governo  brasileiro, foi incorporado ao serviço ativo da Armada Brasileira, recebendo o nome de Humaitá (S14). Aos 9 dias de março do mesmo ano partiu, juntamente com seu irmão S Riachuelo, de New London, com destino ao Brasil, onde chegaram aos 5 de abril, em Recife, e aos 16 seguinte, no porto do Rio de Janeiro. Fizeram escala em Havana, San Juan de Puerto Rico, Port of Spain, Recife e Salvador.

A oficialidade de recebimento do S HUMAITÁ  foi a seguinte:

CF LOURIVAL MONTEIRO DA CRUZ Comandante
CC Jorge Gabriel Fernandes Imediato
CC Olavo Aranha Pereira CheMaq
CC João Baptista Torrents Gomes Pereira CheOpe
CT Davis Thomas de Brito CheArm
CT Enio de Azevedo Tavares Div M
CT Renato Tietzmann Div O
CT Flávio Gonçalves Reis Vianna Div S

Entre as várias fainas pioneiras, em julho de 1966 o HUMAITÁ  efetuou, nas proximidades da Ilha Grande, pouso no fundo, em semi-imersão, a 41pés, no canal da ilha da Gipóia, em frente à Praia Grande. Foi disparada a bóia marcadora de vante e realizado um adestramento de salvamento individual pela guarita do compartimento de torpedos Avante.

Aos 24 de abril de 1967 suspendeu do Rio de Janeiro com destino a New London, a fim d ser submetido a uma inspeção estrutural. O propósito da viagem era avaliar a possibilidade de overhaul nos Estados Unidos, para revalidação do ciclo operativo. Todavia, a estimativa de custo feita pela Eletric Boat tornou inexeqüível a realização do Período Normal de Reparos (PNR) do submarino. Em decorrência, aos  2 de outubro de 1967, na base de New London, o Humaitá foi submetido à Mostra de Desarmamento, para baixa do serviço ativo da Armada do Brasil, conforme aviso 1819 de 8/8/1967 MM/EMA (Bol 35/67/4757 Mostra de Desarmamento pela OD 040/67 de 2/10/1967, do CEMA, AE José Moreira Maia.

Seu Comandante, nessa ocasião, o CF GUENTER HENRIQUE UNGERER, (brasileiro, mesmo!) um dos mais profundos conhecedores dos sistemas dos submarinos, entre eles o Sistema de Direção de Tiro Torpédico, composto do TDC, GSIR e outros acessórios, e o precursor da introdução de simuladores desses sistemas como acessórios de ensino na Força de Submarinos, teve o cuidado de antes de devolver o submarino à Marinha Americana, retirar o computador de tiro torpédico TDC do HUMAITÁ, embalá-lo cuidadosamente e enviá-lo  de volta ao Brasil, onde, no cais da BACS, tive a oportunidade de recebê-lo pessoalmente, na forma de uma das mais agradáveis surpresas para o nosso empenho em dar continuidade em montar simuladores como o citado.

Somente conhecendo-se a história do desenvolvimento desses simuladores na nossa Força de Submarinos é que se poderá entender o meu mais profundo reconhecimento ao Comandante GUENTER e o valor de sua atitude para o desenvolvimento da tática na Força. BRAVO ZULU bom companheiro!

O destino dado ao HUMAITÁ, após a devolução à marinha americana, foi servir como alvo para um ataque torpédico, afundando-o no Pacífico, após ter brindado a Marinha do Brasil com 95.320 milhas navegadas em 679,5 dias de mar, quando mergulhou 2.090 a serviço do preparo dos submarinistas brasileiros.