O submersível F3

O F3 teve a quilha batida em primeiro de junho de 1912. Lançado ao mar aos 9 de novembro de 1913, foi aceito pela Comissão de Recebimento aos 16 de março de 1914. Deixou o porto de La Spezia aos 15 de maio, a reboque do rebocador de alto-mar Donau (holandês), tendo chegado ao porto do Rio de Janeiro aos 23 de junho (foi, pois, o primeiro submersível a chegar ao Brasil), atracando no cais do Quartel da Defesa Móvel, na ilha de Mocanguê Grande.

Aos 29 do mesmo mês, suspendeu levando a bordo o Ministro da Marinha(MM), Almirante Marques de Leão, e o Chefe do Estado Maior da Armada(CEMA), Almirante Gustavo Antonio Garnier. Não mergulhou, tendo apenas transitado até a ilha de Cotunduba. Suspendeu novamente aos 6 de julho, levando a bordo o Presidente da República, o MM e o CEMA, não tendo, da mesma forma, realizado imersão.

O submersível F3 tinha como distintivos: numérico 93, externo F3, do Código Internacional GBHX, e de chamada radiotelegráfico SOX.

Comandantes do F3

CT Alberto de Lemos Basto (16/Mar/1914 a 31/Out/1917) CT Adalberto Landim (1/Fev/1920 a 20/Fev/1922) CT Amilcar Moreira da Silva (23/Mar/1926 a ...)
CT Raul Rademaker Grunwald (31/Out/1917 a 20/Jun/1918+) CT Mário Hecksher (20/Fev/1922 a 1/Dez/1922) CT Christiano Maria de Figueiredo Aranha (6/Jun/1927 a ...)
1 Ten Affonso Celso de Ouro Preto (20/Jun/1918 a 30/Jul/1919) CT Aureliano de Almeida Magalhães (1/Dez/1922 a 5/Jan/1924) CT Raul Reis Gonçalves de Souza
1 Ten Horácio Braz da Cunha (5/Ago/1919 a 15/Set/1919) CT Armando de Pinto Lima (21/Jan/1924 a 26/Dez/1924) CT José de Brito Figueiredo
CT Theobaldo Gonçalves Pereira (15/Set/1919 a 30/Dez/1920) CT Hernani Fernandes de Souza (21/Jan/1925 a 23/Mar/1926) CT Frederico Cavalcanti Albuquerque

Esses submersíveis operavam, na maioria das vezes, no interior da baía de Guanabara. Todavia, as comissões em flotilha eram realizadas, amiúde, na baia da Ilha Grande e nas áreas de Cabo frio e de São Sebastião, sempre com o apoio de navio de superfície (além do Tender Ceará, o Tender Cuiabá, a Torpedeira Goyaz, e o Rebocador Laurindo Pita). O único porto visitado pelos nossos submersíveis, de que temos notícia, foi o de Santos. 

images/ffpag30a.jpg (9955 bytes) Aos 30 de dezembro de 1933, a bordo do Tender Ceará, atracado ao cais norte do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, a família submarinista assistiu, consternada, ao desfile naval da baixa dos nossos inesquecíveis e pioneiros submersíveis F1, F3 e F5.

                                                 (Fonte: SDGM)

A vida a bordo desses pequeninos submersíveis, com todo seu desconforto e sujeita a riscos de toda espécie, teve suas passagens jocosas, na maioria das vezes entre quase tragédias que, se não fora a habilidade e coragem daqueles bravos marinheiros que os tripulavam, fariam, hoje, parte do triste rol de acidentes fatais com submarinos.

Algumas dessas tragicomédias foram registradas por seus atores principais, num pequeno livro, cuja edição há muito se esgotou, mas que certamente é peça documental da maior importância, por registrar o testemunho da epopéia dos nossos primeiros submarinistas. Essa obra, A VIDA NOS <<FF>> 1914-1934, vários capítulos são aqui reproduzida, em homenagem àqueles que iniciaram a fantástica saga dos submarinistas brasileiros.

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