O SUBMARINO TONELERO (S 21)
Construído pelo estaleiro Vickers Limited, na Inglaterra, teve sua quilha batida aos 15 de novembro de 1971. Foi lançado ao mar aos 22 de novembro de 1972.
Sofreu acidente sério na fase de construção, antes mesmo da entrega à MB, aos 2 de outubro de 1973, no estaleiro construtor, descrito na obra Nossos Submarinos - sinopse histórica, como a seguir:
"Aos 2 de outubro de 1972, às duas horas da madrugada, irrompeu violento incêndio no compartimento de Manobra e área adjacente ao compartimento de Baterias. O navio achava-se atracado ao cais da Vickers e operários ingleses trabalhavam de pernoite, a bordo. O Sistema Hidráulico Principal (SHP), cuja pressão de trabalho é de 2500 lbs/pol2, estava na condição de pronto para utilização. Um dos operários fazia serviço de corte e solda a oxiacetileno na altura do sitema TIOS, na Manobra, por ante avante do CONGOP. Houve ruptura do SHP e o óleo do sistema, pulverizado pela alta pressão, entrou em contato com a alta temperatura na área do serviço de solda, entrou em combustão. Não tendo havido combate inicial ao fogo, rapidamente desenvolveu-se um incêndio classe B, de grandes proporções, causando a explosão da ampola de oxiacetileno, e castigando severamente o compartimento de Manobra. A custa de muita dificuldade os bombeiros do estaleiro construtor debelaram o fogo. Todavia, inspeções posteriores demonstraram ter sido afetada a estrutura de aço do compartimento de Manobra, resultando na sua total substituição, correspondente às cavernas de número 49 a 77".
Aos primeiros dias de dezembro
de 1977 o navio foi entregue, totalmente recuperado, à Marinha do Brasil. À direita, foto da chegada ao Rio de Janeiro, setembro de 1978. É do S 21 o recorde em imersão da classe com vinte e meio dias ininterruptos de imersão, perfazendo o total de 481 horas e 54 minutos mergulhado, em 2.675,8 milhas navegadas ! |
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Desde a chegada ao Brasil, em 1978, até a presente data, tomou parte em
inúmeras operações, sempre com alto grau de eficiência, em função do alto nível do
adestramento de sua tripulação.
O ACIDENTE:
Na madrugada de 24 para 25 de dezembro de 2000, em período de reparos, sofreu acidente sem vítimas, que a MB divulgou inicialmente como falha no SHP, e que culminou com alagamento total, indo ao fundo ao lado do cais oeste, no AMRJ.
CRONOLOGIA:
24 para 25/Dez de 2000 - acidente que culminou com alagamento total, pela escotilha de máquinas, indo ao fundo ao lado do cais oeste, no AMRJ.
3/Jan - Na madrugada/manhã do dia 3 o S Tonelero foi reflutuado, aparecendo, à superfície, a parte superior da vela.
10/Jan, cerca das 22 horas o S Tonelero foi completamente reflutuado, sendo então encaminhado ao dique para inspeções e recuperação.
6/Fev, a Marinha divulgou o laudo das causas do acidente, atribuindo o alagamento à
falha operacional, com o conseqüente afundamento. Em outras palavras, o pessoal do grupo
de serviço não cumpriu corretamente os procedimentos para a realização de manobra
rotineira, inclusive não observando as normas de segurança previstas. Parece, assim,
repetir-se o caso do H29, da Marinha inglesa, no cais de Chatam.
Foram indiciados um oficial e oito praças no IPM instaurado.
(O primeiro acidente deste tipo, afundamento de um submarino no cais, ocorreu com o Holland VI, na fase de desenvolvimento e construção, antes mesmo de ser incorporado pela USNavy, aos 13 de outubro do ano de 1987).
31/Mai - O S TONELERO SAIU DO DIQUE.
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Final de Junho/2001 - Baixa definitiva do serviço
ativo. A MB avalia que não compensa recuperar o velho barco (na foto, última desdocagem). As dificuldades de sobressalentes e as despesas envolvidas decretam o fim da vida do S Tonelero, que tantos serviços prestou a nossa pátria. Descanse em paz, velho guerreiro, com a certeza do dever cumprido! *** |
DESCRIÇÃO DO ACIDENTE (Nota oficial da Marinha):
a) como funciona o submarino:
b) antecedentes:
c) o que aconteceu:
- não foi observado que o calado a ré estava maior que o normal e, com isso, a escotilha do compartimento de máquinas (abertura no casco que permite o acesso ao interior do submarino) estava muito próxima da superfície da água;
- a manobra não foi coordenada do convés, local de onde melhor se avaliaria o comportamento do submarino, mas sim do seu interior, além de ser realizada em horário impróprio ( á noite);
- o procedimento correto é o de atuar um mecanismo por vez, ao mesmo tempo em que se injeta ar comprimido nos tanques, para compensar o escape de ar decorrente da manobra. Em lugar disso foram operados, simultaneamente, os mecanismos de dois tanques e, em seguida, o do terceiro tanque; e não houve a injeção de ar como preconizado; e
- a escotilha do compartimento de máquinas não foi fechada nem estava desimpedida para fechar. Havia um conduto flexível de ventilação passando por ela. O procedimento prevê que todas as escotilhas do convés estejam fechadas.
CAUSA DO ACIDENTE:
O afundamento resultou do fato dos integrantes do grupo de serviço não terem cumprido corretamente os procedimentos padronizados para a realização de manobra rotineira e, particularmente, pela não observância das normas de segurança previstas. Contribuiu para a ocorrência o fato do submarino estar muito pesado na popa. Este excesso de peso ocorreu pelo esgoto rotineiro dos porões para o interior de um tanque de lastro, conforme previsto no próprio projeto do submarino, ao longo do período em que permaneceu atracado no Arsenal de Marinha. As duas pequenas fissuras no TL6, identificadas na docagem posterior à reflutuação, podem, também, ter contribuído para o aumento do calado a ré, caso tenham ocorrido antes do acidente.
Deverão ser intensos os trabalhos de recuperação do S 21, uma vez
que, além dos equipamentos normais mecânicos e elétricos/eletrônicos, ele teve
substituído, recentemente, o seu sistema sonar pelo equipamento Atlas CSU 90-61, que
representa o que há de mais moderno em tecnologia de detecção. Este sistema, implementado com tecnologia nativa, conta com vários componentes, e está integrado ao sistema de direção de tiro TIOS, recebendo ainda informações do sonar 2004 Velosom, para efetuar cáculos de previsão de alcance sonar |
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