TENDER CEARÁ
Navio construído para apoiar os nossos submersíveis F 1, F 3 e F 5, tendo como principais finalidades:
Sua construção peculiar permitia, pois, conduzir testes de estanqueidade dos submersíveis, que adentravam sua doca pela popa, docavam internamente e então se procedia teste hidrostático para verificar a estanqueidade dos submersíveis. Nessa ocasião, a grande porta externa circular da doca era colocada pelo lado interno do navio, para suportar a pressão.
*O tênder nunca serviu como meio de docagem dos submarinos, o que era inviável dada a ausência de escotilhas que permitisse a evacuação dos langanhos, mexilhões, etc da fauna habitual que habita nossos cascos de navios."(Memórias - Renato de Almeida Guillobel - IBGE 1973, pg 87)
Logo após sua chegada ao Brasil foi incorporado à Esquadra (20/Abr/1917) e aos 25 do mesmo mês, foi subordinado à Flotilha de Submarinos, recebendo o pavilhão do Comandante da Flotilha de Submarinos e seu Estado Maior, bem como foi mandado estabelecer a bordo a Base da Flotilha de Submersíveis e a Escola de Submersíveis, que funcionavam em instalações provisórias na Ilha de Mocanguê Grande, baía de Guanabara. |
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O Tender Ceará foi construído nos estaleiros da Fiat San Giorgio, em Spezia, Itália. Batimento da quilha aos 15 de julho de 1913. Lançado ao mar aos 7 dias do mês de setembro de 1915 (Navio Oficina), e aceito pelo governo brasileiro aos 16 de outubro de 1916.
Suspendeu de Spezia aos 15 de novembro de 1916, atracando no mesmo dia no porto de Gênova, onde recebeu a tripulação brasileira.
Aos 15 dias do mês de fevereiro de 1917, por solicitação do governo italiano, efetuou o salvamento do submersível F 8 da Marinha Italiana, que havia desaparecido a três milhas do golfo de la Spezia, em frente ao farol da Ilha Fino, numa profundidade de 35 braças, quando realizava experiências de mar. A faina de salvamento foi realizada com êxito, tendo durado 24 horas, no decorrer das quais submarino foi içado pelos aparelhos da popa do Tênder e rebocado até Spezia.(CF Oswaldo de Mesquita Braga, subsídios para a História Marítima do Brasil, navio 236 - Ceará (II))
Suspendeu 20 de fevereiro de Spezia e chegou ao Rio de Janeiro aos 19 de abril de 1917, sendo submetido à mostra de armamento aos 28 de abril, passada pelo Inspetor de Marinha, CAlte Henrique Boiteux.
O Tênder Ceará, depois de quase trinta anos de ininterruptos serviços, deu baixa aos 21 de março de 1946.
Principais características:
comprimento total - 101,30 m
comprimento entre perpendiculares - 99,65 m
boca máxima - 15,75 m
pontal - 8,20 m
calado (doca aberta) - 6 m
deslocamento mínimo (doca aberta) - 3.500 tons
deslocamento máximo (doca cheia e c/submersível) - 5.740 tons
altura da borda livre - 7,40 m
propulsão - 2 MCI/2 tempos/6 cilindros cada/2.100 HP/Diesel
combustível - nafta (431 tons)
velocidade máxima - 14 nós
tripulação - 17 oficiais/176 praças
Características da DOCA
O navio possuía duplo casco.
O externo, comum, de aço homogêneo. O interno, de forma cilíndrica, de aço de alta tensão.
O casco interno, ou DOCA, possuía 20 picadeirosfixos e 2 móveis.
A porta, quase esférica, era atracada por 4 macacos e 8 atracadores. Possuía 4 compartimentos estanques sendo 2 alagáveis.
A DOCA era provida de olhais de manobra de docagem dos submersíveis, e pranchas de madeira em todo seu comprimento.
Ela podia ser alagada por 4 válvulas de fundo ou pelas 2 bombas de esgoto.
Quando a manobra era de docagem ou para o transporte de submersíveis, a porta era colocada pelo lado de fora.
Para os testes de pressão dos submersíveis, a porta era colocada pelo lado de dentro, função do sentido em que era aplicada a pressão.
COMANDANTES DO TENDER CEARÁ
CF Heraclito de Graça Aranha | 18/Nov/1916 a 5/Mai/1917 | CF Marcolino Alves de Souza | 14/Abr/1930 a 26/Jun/1931 | |
CC José Machado de Castro e Silva | 5/Mai/1917 a 18/Fev/1918 | CC Teobaldo Gonçalves Pereira | 26/Mar/1931 a 22/Nov/1932 | |
CF Protógenes Pereira Guimarães | 18/Fev/1918 a 9/Set/1918 | CC Joaquim Pinto de Oliveira | 22/Nov/1932 a 5/Dez/1932 | |
CF Wenceslau de Albuquerque Caldas | 9/Set/1918 a 14/Jan/1919 | CC Mário Azevedo Coutinho | 5/Dez/1932 a 6/Mai/1933 | |
CF Raphael Brusque | 14/Jan/1919 a 5/Ago/1919 | CF Aureliano de Almeida Magalhães | 6/Mai/1933 a 16/Ago/1934 | |
CF Marcolino Alves de Souza | 5/Ago/1919 a 25/Out/1919 | CF Odenato de Moura | 18/Ago/1934 a 7/Mar/1935 | |
CF Alfredo Amancio dos Santos | 25/Out/1919 a 13/Out/1920 | CF Raimundo Burlamaqui da Cunha | 7/Mar/1935 a 17/Out/1935 | |
CF Agenor Vidal | 13/Out/1920 a 5/Dez/1921 | CF Afonso Pereira de Camargo | 17/Out/1935 a 11/Fev/1937 | |
CF Joaquim Duarte de Lima | 5/Dez/1921 a 23/Jan/1922 | CF Oswaldo Mesquita Braga | 15/Mar/1937 a 23/Dez/1938 | |
CF Carlos Américo Reis | 23/Jan/1922 a 10/Nov/1923 | CF Braz Paulino da França | 22/Dez/1938 a 16/Fev/1940 | |
CF Raul Tavares | 10/Nov/1923 a 23/Jan/1924 | CF Christiano M de Figueiredo Aranha | 16/Fev/1940 a 07/Jan/1941 | |
CF José Machado de Castro e Silva | 23/Jan/1924 a 10/Jan/1925 | Hernani Fernandes de Souza | 10/Jan/1941 a 06/Fev/1942 | |
CC Arthur Elisiário Barbosa | 10/Jan/1925 a 9/Fev/1925 | CF Mario Lopes Ypiranga dos Guaranys | 06/Fev/1942 a 12/Fev/1943 | |
CF Joaquim A. Silva Ferreira | 9/Fev/1925 a 8/Mai/1926 | CF Edmundo Willians Muniz Barreto | 15/Fev/1943 a 22/Mai/1943 | |
CF José Siqueira Villa Forte | 8/Mai/1926 a 12/Jul/1926 | CF Antonio Maria de Carvalho | 22/Mai/1943 a 22/Fev/1944 | |
CF Augusto Pacheco A Araujo | 12/Jul/1926 a 13/Fev/1928 | CF Nelson Noronha de Carvalho | 22/Fev/1944 a 12/Jul/1944 | |
CF Oscar Assis Pacheco | 23/Fev/1928 a ...... | CF Antonio Maria de Carvalho | l2/Jul/1944 a 07/Dez/1944 | |
CC Mario Hercksher | ..... a 18/Jan/1929 | CF João Carlos Cordeiro da Graça | 15/Dez/1944 a 28/Dez/1945 | |
CF Julio Ramos Zani | 18/Jan/1929 a 14/Dez/1929 | CF Victor de Sá Earp | 28/Dez/1945 até a baixa | |
CF Benjamin Goulart | 4/Dez/1929 a 14/Abr/1930 |