O primeiro HUMAITÁ
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O primeiro submarino HUMAITÁ brasileiro foi construído para a Marinha em 1929, nos estaleiros Odero-Terni, em La Spezzia, Itália. Submarino de Esquadra, teve a quilha batida em 19 de novembro de 1925, sendo lançado ao mar aos 11 de junho de 1927, e entregue oficialmente ao governo brasileiro aos 11 de junho de 1929. Recebeu o Indicativo Numérico 92. |
Em 25 de junho de 1929, deixou o estaleiro, em La Spezzia, Itália, já com a tripulação totalmente brasileira, empreendendo, só e sem escalas, a travessia do Mediterrâneo e do Atlântico, portanto mais de 5.000 milhas, chegando ao Rio de Janeiro em 18 de julho de 1929.
O Submarino HUMAITÁ possuía um casco duplo completo, idêntico ao submarino italiano do tipo BALILLA.. Seu casco resistente, de 5,40 m de diâmetro, foi construído de chapas de aço níquel de 21 mm de espessura, unidas por tapa-juntas duplas com cravação de 3 fiadas de rebites. Este casco foi construído para resistir a pressão de 100 metros de profundidade, tendo alcançado, nas provas de mar, 105 metros de profundidade, com segurança.
O casco externo tinha a forma clássica de torpedeira, sendo de construção ligeira, não resistente, com chapas de aço zincadas a quente, com espessura de 4 mm, com duas fiadas de chapa de 10 mm e 8 mm, como reforço, que correm a um metro de cada bordo da quilha, como reforço para pousos no fundo. Possuía 211 cavernas numeradas a partir da proa.
O torreão foi construído em chapa de aço - níquel amagnético, pois estava prevista a instalação da agulha magnética neste local. Um falso torreão prolongava-se para vante formando o escudo do canhão que girava solidário com ele e tinha a forma boleada.
Principais características:
1.450 tons de deslocamento na superfície;
1.904 tons de deslocamento imerso;
87,555 m de comprimento total;
7,80m de boca máxima;
4,80m de calado normal à meia nau;
Velocidade máxima (sup/imersão): 18/10 nós
Seu armamento era constituído por um canhão naval de 120mm, 41 calibres, feito para submarinos, sobre reparo com pião central; quatro metralhadoras antiaéreas de 13,2mm Hothckiss; torpedos tipo SI 533mm Whithead, doze torpedos em seis tubo lançadores, sendo quatro na proa e dois na popa; minas Ansaldo de 533 mm, paióis de munição sem elevadores e refrigeração.
A manobra do navio era feita por lemes verticais e horizontais
O sistema de propulsão do navio era constituído por motores diesel e elétricos e acumuladores. Os motores diesel principais eram do tipo Fiat Q-458, de combustão interna, 2 tempos, 8 cilindros verticais, reversíveis e de conexão indireta, com potência máxima de 2.000 HP a 360 RPM.
Os motores elétricos de corrente contínua eram fabricados pela empresa Savigliano, com potência de 500 HP cada um e 221/242 RPM, que acionavam, quando na superfície, dois eixos e dois hélices, além de carregarem as baterias e fornecerem energia elétrica para os circuitos de bordo.
Na superfície era capaz de desenvolver a velocidade máxima de 17 nós a 340 RPM no eixo e 10 nós de velocidade econômica a 250 RPM no eixo.
Seu raio de ação na velocidade máxima na superfície era de 918 milhas náuticas com carga normal e 3 475 milhas náuticas em sobrecarga. Na velocidade econômica o raio de ação era de 2.840 milhas náuticas com carga normal e 10.700 milhas náuticas em sobrecarga. Em imersão, o seu raio de ação era de 9 minutos na velocidade máxima e de 120 minutos na. velocidade econômica.
Os acumuladores eram do tipo Ironclad - Exide PA - 820 - 25/20, da fábrica Hensenberger, de Monza, Itália, que permitiam desenvolver a velocidade máxima em imersão de nós, a 250 RPM no eixo e 4,4 nós de velocidade econômica em imersão, a 120 RPM no eixo.
A energia elétrica era fornecida por dois grupos de motores diesel elétricos Fiat Q 304 de 425 HP e 288 KW de potência cada um.
Para a navegação, o navio dispunha de uma agulha giroscópica Sperry MK V, uma agulha magnética e um eco-sondador ultra sonoro Atlas.
Para as operações navais, possuía dois periscópios, sendo um de ataque e um de observação.
Para as comunicações o navio era dotado de bandeiras, um holofote de sinais General Electric, duas lâmpadas escote e os seguintes equipamentos de rádio: 2 transmissores de 500 w de potência em A1 e A2, modelo Cacique S/A AB 500 FI, com 100 milhas de alcance; 3 transceptores de 10 w de potência em A3, modelo Cacique S/ATR 10 AF.. com 10 milhas de alcance; um receptor modelo Cacique S/A - Ac 512 AFI; 2 , receptores Marine Radio Receiver CR 91 e 3 receptores Ecophone Comercial EC 3.
Para. salvamento, o navio era dotado de 2 botes salva-vidas, com capacidade para 10 homens cada um e 4 bóias salva-vidas.
Para. salvamento em imersão o navio possuía duas estações principais e uma de . emergência. As estações principais utilizavam as guaritas de salvamento e os aparelhos Belloni ali instalados. A estação de emergência era simplesmente o torreão.
Pelo Aviso Ministerial n° 1721de 29 de agosto de 1950, foi determinada a baixa do serviço ativo da Armada do Submarino de Esquadra HUMAITÁ, com a sua Mostra de Desarmamento ocorrendo no dia 25 de novembro de 1950, na Base Almirante Castro e Silva, Rio de Janeiro.
Durante a permanência do Submarino de Esquadra HUMAITÁ no serviço ativo da Marinha do Brasil, prestou excelentes serviços, principalmente na formação de oficiais e praças da especialidade de submarinos, participando em operações de guerra, na Segunda Guerra Mundial, efetuando patrulhas em diversos pontos da costa brasileira e como navio de vanguarda na escolta de comboios de navios mercantes brasileiros e estrangeiros.
Navegou um total de 19.134,4 milhas náuticas na superfície, 1.514,7 milhas náuticas em imersão, em 980 horas.
Sua tripulação original ara constituída por 5 Oficiais, 9 Suboficiais, 6 Sargentos, 34 Cabos e Marinheiros.
Sua lotação em tempo de paz era de 5 Oficiais, 6 Suboficiais, 12 Sargentos , 40 Marinheiros e 5 Taifeiros.
Comandantes do primeiro submarino Humaitá:
CC Alberto de Lemos Basto | CC Fernando Almeida, da Silva |
CC Fernando Cockrane | CC Adhemar de Siqueira |
CT Áttila Monteiro Aché (Interino) | CC Victorino da Silva Maia |
CC Mário de Azevedo Coutinho | CC Lúcio Martins Meira |
CC Aldo de Sá Brito e Souza | CC Alberto Salvador d'Orsi |
CC Ernesto de Araújo | CC Áttila Franco Aché |
CC Jorge da Paço Mattoso Maia | CC Dario Croccia de Moraes |