Iça o Dois! ano 6 Exemplar 22 |
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Definido o tipo de submarino que a MB escolheu para dar
continuidade ao seu programa de reaparelhamento das forças navais, muita
discussão surgiu sobre o assunto. Uns advogam a necessidade de obtenção de um submarino
de propulsão nuclear. Outros advogam a construção do submarino de projeto
nacional, o SNAC1, cujo processo de desenvolvimento até o estágio de
decisão de construção, foi desencadeado com base na capacitação do nosso
pessoal técnico. O Comandante da Marinha, em nota esclarecedora, deixou
claro a posição da MB em escolher a obtenção do submarino de origem alemã,
o IKL 214, sem propulsão independente do ar, em face da ausência de
recursos para prosseguimento do nosso projeto, e para manter uma coerência
logística do material adquirido. Pesa, acima de tudo, a oportunidade de
financiamento oferecida, de cerca de 1 milhão de euros, para a obtenção
desse material de defesa. Qualquer que seja o processo escolhido para obtenção
desse sistema de armas, lamentamos apenas a perda de oportunidade para
ampliarmos os trabalhos do processo de obtenção, partindo da concepção, como seria o
caso do Submarino de projeto Nacional, mas procuramos entender que são vários
aspectos políticos, com conseqüências financeiras, que determinam a
decisão da Marinha. Tecnicamente, lamentamos a perda de oportunidade de
desenvolvimento integral de um projeto nacional, pois é do berço que
nascem as soluções mais otimizadas dos projetos de navios, aí incluídos os
submarinos. Partindo de um projeto já existente, continuaremos a prática
do "kit revel" e muitas instâncias e oportunidades de otimização da
apoiabilidade do navio nem sequer serão tratadas, pois já foram resolvidas
na origem, nem sempre favoráveis a nós. Por isso é importante salientar que, qualquer que seja
o tipo de obtenção adotado, cheguemos a maturidade de conhecer sobre o
processo de obtenção segundo abordagem da Engenharia de Sistemas, quando desponta, por
sua vital importância, o desenvolvimento do Programa de Apoio Logístico
Integrado, ou a Análise de Apoiabilidade, como já é hoje referido, para
que tenhamos, ao final do processo, um submarino de real valor militar, a
um custo otimizado, tanto de desenvolvimento quanto de apoio e manutenção ao
longo de todo seu período operativo, tudo com relação ao ambiente em que
pretendemos operá-lo. Mas, se pelo menos conduzido o macro processo de obtenção em moldes
modernos, dentro dos padrões impostos pelas disciplinas praticadas, tais
como a Logística de Obtenção, a Engenharia de Sistemas, a Engenharia
Logística, a Gerência de Projetos, a Garantia de Qualidade e praticando um
bom programa de Confiabilidade e Manutenibilidade, etc., a apoiabilidade
do novo submarino, seja de que origem for, estará garantida, não deixando
a desejar, como vem acontecendo até então. Urge, pois, mudança de postura de nossos
CONCEBEDORES e TOMADORES DE DECISÃO, no sentido de evoluírem para um
contexto metodológico que os aproxime, cada vez mais, do conhecimento
científico, garantia de que só assim serão tomadas as melhores decisões na
MB, além do que a base de conhecimentos assim adquirida contribuirá,
certamente, para o aprimoramento do senso comum naval. *** O artigo "PORQUE TODOS NA
MARINHA DEVEM SE INTERESSAR POR LOGÍSTICA, PRINCIPALMENTE OS ENGENHEIROS"
do Alte Tiudorico, analisando um artigo escrito por engenheiro PROJETISTA
da Royal Navy, mostra sua concordância em que todos na Marinha ,
principalmente os engenheiros, devem aprender algo de logística, para
contribuírem para a APOIABILIDADE dos projetos. Isto parece ser mais
tolerável do que formar "logísticos" exclusivamente para lidar com o
problema de obter o apoio logístico dos sistemas ou equipamentos complexos
obtidos para a defesa naval. O autor chama a atenção
no artigo para a necessidade da existência de um programa que trate
de desenvolver, nos projetos, os requisitos de Confiabilidade, de
Manutenibilidade e de Disponibilidade.
SUBMARINOS: A VISÃO DA MARINHA
PORQUE TODOS NA MARINHA DEVEM SE INTERESSAR POR LOGÍSTICA, PRINCIPALMENTE OS
ENGENHEIROS.
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